8 de dezembro de 2008

Frente a frente

Contemplo o espelho, retrocedo no tempo.
Tantas coisas ficaram lá atrás...
O medo do escuro, de dormir sozinha no quarto, a ingenuidade, a timidez desenfreada que me fazia ficar vermelha sem pegar sol... A inocência de um olhar sem malícias... Essas coisas de criança, que depois de adulto, não se sabe mais. Já não faz sentido bater os pés, fazer pirraça, depois que temos conhecimento de causa... Não faz sentido querer o brinquedo do outro a todo custo, se não é nosso... e quantas vezes, o que se deseja não deseja ser.

É remar contra a maré!! Nadar, nadar e morrer na praia!

Hoje me olhei no espelho... Frente a frente... Me procurei! Voltei no tempo. Perdi tempo... e só me encontrei aqui dentro de mim. Essa sou eu! Ainda sei quem sou. Mesmo com algumas marcas do tempo, com o cansaço do dia a dia querendo abalar minha estrutura...
Eu ainda sei quem sou...
Quem fui...
Mas quem me tornarei...
É uma incógnita.
Que meu espelho não diz!





NiL Almeida